Nos domingos e feriados parte da Avenida Paulista é fechada
para o ciclismo. A ciclofaixa tem ainda a “participação especial” do Bradesco,
que aluga bicicletas para a galera ir lá e aproveitar a faixa.
Em Manaus já tinha essa explosão de pessoas andando de
bicicleta, mas eu, por motivos alheios a minha vontade (leia-se preguiça e não
adepta a vida saudável) nunca ia.
Depois de dois meses morando na esquina da Paulista, outro motivo aleatório me fez descer na manhã deste domingo para PEGAR A
BICICLETINHA.
Hoje de Manhã:
Acordei “cedo” e preparei tudo: Uma blusa preta de malha com
manga 3/4s, um short jeans, meu tênis azul de todos os momentos e os meus óculos
escuros. Tomei café da manhã reforçado: 3 bolachas cream cracker com um patê
gostoso que comprei no supermercado com cappuccino e suco de laranja. Deixei tudo
em casa: celular, chaves. E levei só o que eu realmente precisava: dinheiro
para comprar água nas vendinhas e o documento pro cadastro. Estava pronta para
ser a bizarra da avenida Paulista.
Fiz o cadastro gratuito, peguei a bicicleta e ainda brinquei
com o tio: “Moço, pegue uma bicicleta para baixinhas!!” Nós rimos... Sem saber
que cinco minutos depois eu estava me odiando por não ter pedido uma bicicleta
de anã.
Peguei a bicicleta, fiz cara de “sou foda na cama eu
esculacho”, subi na bicicleta com um ~pouco~ de dificuldade e tentei lembrar,
sem sucesso, da última vez que andei em cima de uma magrela daquelas.
Um pé no pedal, outro, Mariana quase caindo de cara na avenida paulista E FORA da ciclofaixa.
Me recompus, fingi que nada acontecia, subi de novo e
comecei a andar em zigue-zague.
Xinguei mentalmente a pessoa que disse pela primeira vez que “andar de bicicleta a gente não esquece nunca”. Pura mentira para pessoas rirem das outras pagando mico, porque vocês sabem né...
A CICLOFAIXA É UMA SELVA
(A realidade)
Onde pessoas que são expert em bicicleta fazem questão de
chamar de BIKE e usam roupas próprias para exercícios físicos, e andam com
garrafinhas, e desafiam as leis da física (e do trânsito!!) cortando a sua
frente na ciclofaixa. Essas pessoas são um perigo e deveriam estar presas em
seus egos! (ok, foi um momento de desabafo agora, continuemos...)
Quando finalmente consegui me equilibrar e andar numa linha
quase reta começaram os obstáculos: Motoristas me parando pedindo informação de
como chegar na rua TAL, sinais de trânsito fechando na minha frente e eu tendo
que (re)aprender a parar aquele monstro sem cair, entre outros.
Tudo me levava a crer que a vida tava de sacanagem comigo e queria que eu me esborrachasse no chão e foi ai que eu lembrei: a última vez que eu tinha andado de bicicleta na vida eu quebrei minha clavícula em duas partes e um osso da minha cabeça entrou e deixou um lado minha testa um pouco mais funda....
Tudo me levava a crer que a vida tava de sacanagem comigo e queria que eu me esborrachasse no chão e foi ai que eu lembrei: a última vez que eu tinha andado de bicicleta na vida eu quebrei minha clavícula em duas partes e um osso da minha cabeça entrou e deixou um lado minha testa um pouco mais funda....
FLASH BACK:
Mariana aos 12 anos, com bicicleta nova super power tripo
foda, mostrando aos seus amiguinhos.
(Humilhando todos)
Coleguinha 1 espirito de porco: - Vamos fazer uma aposta de
quem chega primeiro na praça de alimentação?
Coleguinha 2 inteligente: - Sei não, acho que não é uma boa
ideia...
Mariana se achado a pica das galáxias com a bicicleta: - Eu topoooooo
Dez minutos depois Mariana descobre que a bicicleta foda
dela pode “perder o freio às vezes” e, quando tá numa marcha pesada +
velocidade, o guidom não respeita ninguém e você pode bater numa sarjeta e ir
de cara no muro e quebrar as clavículas e passar três meses da sua vida sendo
apelidada de Robocop Gay pelos seus
colegas de classe devido ao colete que tem que usar até os ossos resolverem ser
amigos de novo.
GELEI.
Comecei a pensar: putaquepario eu tenho trauma de bicicleta
e não sabia. E AGORAAAAA????
Respirei fundo, pensei que o pior que poderia me acontecer
era cair na avenida movimentada e me ralar toda naquele asfalto quente, nada
que eu já não tenha vivido (isso merece outro post constrangedor, outro dia
quem sabe). E voltei a andar.
E quando passava do Masp já estava me sentindo como “Pedalando
com Moliere”, e andei mais uns quilômetros quando percebi que estava ficando cansada
e ainda tinha o caminho todo da volta!!!
Voltei morrendo por dentro, mas com estilo pra fora. Deixei a
bicicleta, voltei pra casa.
Toquei a campainha pensando que não poderia demonstrar que para
mim parecia que tinha acabado de vencer um exército de mil homens, pelo contrário,
eu deveria demonstrar toda a confiança mundo.
Já tava me sentindo a TAL de novo
quando preparei o sorriso e o Caio abriu a porta de casa e me soltou um:
- Meu Deus, tu caiu??????
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