segunda-feira, 9 de setembro de 2013

New life, new bizarrations

Passados um pouco mais de uma semana, decido escrever sobre as minhas primeiras vivências na minha "nova cidade". O que ocorre é que eu sai da linda e "tranquila" Manaus e resolvi morar junto com o Caio em um apartamento no meio do centro de São Paulo, capital.

E como toda a mudança radical traz suas impressões, resolvi divulgar com vocês algumas das minhas situações bizarras.

1. O porteiro

(Seu Ari há uns duzentos anos)

Eu tenho mania de puxar conversa com as pessoas aleatórias. EU SEI, É FEIO, mas é mais forte do que eu. Eis que o seu Ari, um dos porteiros mais antigos do meu novo prédio, tem passado uns altos perrengues comigo ultimamente. Isso porque o seu Ari faz totalmente a linha do "faz 50 anos que eu eu estou sentado aqui abrindo portas para as pessoas e não levanto daqui nem para fazer xixi".

Mas logo no meu primeiro dia na "casa nova" quem eu encontro na portaria???

(Diálogo a seguir aconteceu na minha primeira "descida" sem o Caio - que deve ter comprado todos os porteiros porque já virou o xodózinho deles):

Eu: Boooooooooooom diaaaaaaaaaaa seu Ariiiiiii!
Seu Ari: mmhmhmhmh (grunindo indescritível)
Eu: O senhor dormiu beeeeeeeeeeeem?????????
Seu Ari: mhmhmhmhmh
Eu: Nossa seu Ari o senhor tá com uma cara. Aconteceu algo?
Seu Ari: ....
E fui "explorar" a rua com o olhar fatal de desprezo do seu Ari para mim.

Sete dias depois: Preciso dizer a vocês que tenho boas notícias porque depois de uma semana repetindo o diálogo o seu Ari já me dá bons dias e  um sorrisinho. 


2. O restaurante

Daí que no último dia de visita dos sogros a São Paulo decidimos comer num dos meus restaurantes favoritos for life, o Outback.

(Diga lá se não deu fome só de olhar essas belezuras?)

Tudo normal, tudo bem estilo Outback com vendedores sentando no chão para explicar o cardápio e perguntar se tá gelado o refrigerante ou a comida tá boa. Tudo normal até a hora de pagar a conta.

Rafael (o vendedor): - E então, vocês não são daqui né?
Nós: - Não.
Rafael: - Vieram fazer o que aqui? Estudar?
Caio: - Isso. Estudar!
Rafael: - Eu também. Quero ser piloto de avião. Meus pais tem um restaurante no Sul e como eu já passei em X provas (e ditou o nome de todas elas que eu não lembro), resolvi trabalhar aqui no Outuback.
Nós: Hummmmmmmmm....
Rafael: Quero mesmo é trabalhar em empresas. O meu sonho mesmo é (insira aqui 15 minutos de sonho do Rafael, o vendedor).

Alguns dias depois: Percebo que São Paulo é uma cidade de sonhos e o seu Ari talvez esteja estudando pra ser sei lá... engenheiro agrônomo! 


3. O elevador
(Eu pegando o elevador todos os dias)

Todo mundo sabe que eu tenho PÂNICO de elevador. E como eu moro agora no oitavo andar tenho que obrigatoriamente pegar essa coisa linda todos os dias.

Daí que sai do cinema hoje decidida a vir para casa correndo para chegar aqui e não fazer nada, como todo e qualquer paulistando. A ideia era tentar entender os motivos desse povo correr TANTO e toda hora.

Cheguei, dei oi pro novo porteiro e vi que um dos elevadores (aqui tem dois sociais) estava com a plaquinha de "PARADO, NÃO USAR" e pensei: "Ufa, nunca uso esse mesmo!".

Uma moça muito branca e com cara de poucos amigos subiu no elevador comigo. Eu, que sempre morei em casa, não sei agir com pessoas estranhas no elevador então dei um sorriso talvez largo demais.

Ela apertou o um, eu apertei o oito, a porra do elevador parou na metade do Térreo pro 1 e eu comecei a suar frio.

A moça reclamou algo que eu não entendi porque estava tentando disfarçar o  meu olhar paralisado entre a metade da porta do 1 e do concreto do Térreo. E depois ela começou a apertar o botão do térreo, loucamente. E eu voltei a sorrir, amarelamente.

Chegamos no térreo e a porta do elevador NÃO ABRIU. A louca começou a falar coisas e coisas e nada da minha cabeça oca decifrar, foi então que eu percebi que ela puxava assunto comigo, EM INGLÊS.

Eu estava presa num elevador, numa cidade que eu não conheço ninguém, com o Caio na sala de aula há quilômetros daqui, com porteiro que nunca vi na vida ouvindo Jovem Pan no último volume e uma mulher que mora no 1, mas pega elevador porque deve ser preguiçosa demais, estava falando mal do elevador comigo EM INGLÊS!

Foi então que eu descobri que o meu inglês durante o pânico se resume em: Oh yeaaaaah. Noo pleaaaaaase.. Sureeeeeeeee, why not? Enquanto a mulher apertava todos os andares reclamando em alto e bom inglês.

Fato é que os deuses colaboraram, e depois de eu ter pensado em todo o meu testamento, o botão magia do 8 pegou e eu consegui sair do elevador. Antes que me juguem, a mulher saiu comigo e foi descendo as escadas reclamando.

E eu já estou aqui, pensando no meu testamento e cogitando dar uma olhada nas escadas, desistindo friamente de provar o milho do Sr.-Sujinho-Vendo-Milhos-Gostosos e procurando frases de efeito EM INGLÊS no Google.


Bem, é claro que estou aqui em pouquíssimo tempo, mas me digam se São Paulo é ou não é uma cidade propícia para o funcionamento deste blog?!

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