- Heureusement, aujourd'hui, n'est pas chaude... foi o que ele provavelmente disse, meio que sussurrando, nos ouvidos dela. Como se todo mundo que estivesse ali na praça São Sebastião soubesse falar em francês ou ainda que ninguém tivesse percebido como a noite estava agradável. Engoli um gole generoso de Stella Atoirs e respirei fundo.
Ao lado inúmeros casais, como eu, discutiam o futuro. Viagens! Promessas! Planos!
Ouvia-se um alemão tentar escolher algo do cardápio em inglês; e o espanhol tentando entender o português, no meio deles garçons que provavelmente mal terminaram o Ensino Médio.
- Eles devem ganhar mais em gorjetas. Americanos adoram dar gorjetas - Disse aquele que era o meu amor.
Gente de várias idades e países. Tantos sotaques e armações de óculos diferentes, mas o assunto principal era semelhante. Todos nós descontentes com algo, querendo mudar tudo e tentando chegar uma conclusão sobre alguma parte do mundo enquanto bebo uma cerveja (ou suco de maracujá) gelada.
- Twenty and trois. Money? Chutou o garçom para o casal amigo. Ele olhou pra ela e ensaiou pegar a conta do garçom, que sem graça, cedeu. Murmurou no ouvido da loira que se mexeu.
Na França parece que não existe essa baboseira de homem 100% cavalheiro. Lá (ou aqui) os casais (viajantes) dividem a conta sem cerimônia. Notas e moedas contadas e deixadas lá em cima da mesa enquanto terminavam a caipirinha.
- Manaus parece que gosta de expulsar as pessoas né? Às vezes acho que ela me quer fora daqui.
Um cara, uma mochila e uma mulher de casaco. A não ser que ela fosse dormir bem ali, no Centro, o casaco não era necessário. Mas foi, ela e seu sotaque sabe Deus de que parte da Alemanha. Mas falava bravamente e gesticulava muito. E ele abaixava a cabeça e sussurrava algo como quem diz: "É verdade...". Eu não sei que tipo de solução que aquela mulher procurava em Manaus, mas ela devia estar empenhada.
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